Sinopse
Baseado no microcosmo de uma família com ideias específicas sobre felicidade e pertencimento, A Felicidade das Coisas busca falar sobre maternidade e a posição da mulher numa cultura patriarcal.
Paula, 40 anos, está esperando seu terceiro filho, enquanto passa seu tempo entre uma praia feia e uma recém-adquirida e modesta casa de veraneio, no litoral paulista, onde ela pretende construir uma piscina para seus filhos. Quando seus planos se desfazem por conta de problemas financeiros, ela se torna cada vez mais sufocada pelo peso de suas responsabilidades. Deixada sozinha pelo marido e lidando com as constantes demandas de seu filho adolescente, que está conhecendo um novo mundo, Paula precisa confrontar suas próprias expectativas e frustrações, o que nos revela uma associação profunda entre amor e perda.
Onde assistir A Felicidade das Coisas:
Assim como outras obras da produtora Filmes de Plástico, A Felicidade das Coisas parece um documentário se tratando do realismo das situações que retrata e da atuação de seus atores. Com uma grande capacidade de evocar memórias nostálgicas de férias adolescentes em litorais paulistas (a história se passa em Caraguatatuba, no estado de São Paulo), o filme tem um elenco que parece ter saído da mesma casa para as gravações, tamanha a capacidade de representar um núcleo familiar cenicamente.
Paula (Patrícia Saravy), a mãe sobrecarregada do pré-adolescente Gustavo (Messias Gois), da menina Gabi (Lavinia Castelari) e grávida de outra menina, luta por poder querer ter uma piscina na casa onde passa as férias com os filhos e sua mãe Antônia (Magali Biff). Um desejo pessoal que já foi compartilhado por todos, e também uma teimosia que vem de uma resistência em favor de seu próprio desejo. O marido e pai nunca é mostrado, uma ausência que vai se alargando a cada progressão das personagens.
Alternando entre o tédio e a ânsia para que algo aconteça, a família se choca em momentos que os membros decidem batalhar por suas próprias vontades de serem livres ou serem vistos. Feito por esses pequenos conflitos em relações humanas e de transformações sutis, o longa de estreia da cineasta Thais Fujinaga (Os Irmãos Mai, 2013) consegue se comunicar com um Brasil imenso por compreender e reproduzir dinâmicas familiares íntimas que acabam tocando diferentes gerações.
Entre frequentar uma praia não-paradisíaca e encabeçar a obra parada, Paula decide que a piscina “metade vazia” agora estaria cheia, nem que fosse por conta própria e com água do poço da casa vizinha. É um momento breve de felicidade que é recompensador para as personagens e os espectadores, daqueles capazes de formar memórias duradouras.
Porque recomendamos
Filme reflete sobre maternidade do ponto de vista de duas gerações (Paula e sua mãe), enquanto explora relações familiares a partir de um recorte que pode ser nostálgico e palpável para muitos espectadores.
Ficha Técnica
• Formato: Longa-metragem / Ficção
• Duração: 1h 21min
• Ano: 2021
• País: Brasil
• Idioma: Português-Brasileiro
• Gênero: Drama
• Produtora: Filmes de Plástico
• Coprodução: Lira Cinematográfica
• Distribuição: Embaúba Filmes
• Direção e Roteiro: Thais Fujinaga
• Produção: Thiago Macêdo Correia e Lara Lima
• Elenco: Patricia Saravy, Magali Biff, Messias Barros Góis e Lavínia Castelari
• Produção de Elenco: Alice Wolfenson
• Direção de Fotografia: André Luiz de Luiz
• Direção de Arte: Dicezar Leandro
• Montagem: Alexandre Taira
• Colorista: João Paulo Geraldo
• Som: Rubén Valdés, Vitor Moraes e Gustavo Nascimento
• Trilha Sonora Original: Dudinha Lima